quinta-feira, 10 de maio de 2012


Localização/Classificação

A sinagoga está situada na rua Dr. Joaquim Jacinto nº 73 (antiga judiaria).
Está classificada como monumento nacional desde 1921. 








Aqui funciona o Museu Luso- Hebraico Abraão Zacuto.
Horário do museu: 10h/13h – 14h/18h

Período de Construção
Não se sabe ao certo a data da sua construção, apenas que aconteceu enquanto D. Henrique era Governador da Ordem de Cristo, entre 1420 e 1460.

Infante D. Henrique.

Crónica dos Feitos da Guiné.

Gomes Eanes de Zurara, 1453.


Breve Descrição Histórica

A Judiaria de Tomar já existia por finais do século XIV, como mostra um documento datado de 1384, mas foi no século XV que a comunidade judaica mais cresceu, com a protecção dada pelo Infante aos judeus. 

Trecho da rua Dr. Joaquim Jacinto (antiga Judiaria)



Esta comunidade muito contribuiu para o engrandecimento económico de Tomar, bastantes vezes ao serviço da Ordem de Cristo. É neste contexto que se dá a fundação da sinagoga, em meados do século XV.




Interior da sinagoga (sala de oração )


Este monumento, único templo medieval judaico construído em Portugal, é um símbolo da coexistência religiosa em Tomar.


Utilização


A sinagoga serviu de templo para as orações dos judeus até 1497, quando D. Manuel I os forçou a converterem-se ao Cristianismo. Os judeus passaram a ser chamados de cristãos novos, as judiarias deixaram de existir, a sinagoga foi encerrada.
Mais tarde, a partir de 1516, serviu de prisão municipal e depois de capela (S. Bartolomeu). 




Quando a sinagoga se transformou em prisão, era por esta
abertura gradeada que o carcereiro vigiava os prisioneiros.




No século XIX serviu de palheiro e celeiro. Era armazém quando foi classificado como Monumento Nacional, em 1921.
Em 1923, o Eng.º Samuel Schwarz comprou o edifício, fez as primeiras escavações e devolveu à sinagoga o seu aspeto original, doando-a ao Estado em 1939.No século XIX serviu de palheiro e celeiro. Era armazém quando foi classificado como Monumento Nacional, em 1921.





Eng.º Samuel Schwarz.

Polaco, de origem judaica, nascido em 1880. No início da
I Guerra Mundial veio para Portugal, onde ficou a viver.


Nos anos 80 deu-se a sua abertura regular ao público. Atualmente a sinagoga alberga o Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto.





Descrição

Exterior


A entrada principal de hoje, não existia no século XV. A fachada da sinagoga não tinha aberturas diretas para a rua.






Entrada atual da sinagoga.


A entrada fazia-se por um portal interior que ainda existe.


No séc. XV, era por este portal que se entrava para a sinagoga.


Interior

A sala destinada ao culto é um espaço quadrado, dividido em três naves . Tem o piso inferior ao da rua, cerca de meio metro, um dos motivos de interesse da sinagoga.

Para veres a sinagoga em 360º, clica aqui.


O teto, em abóbadas de tijolo, é suportado por quatro colunas e doze mísulas embebidas nas paredes. 








As quatro colunas que suportam as abóbadas.




Em primeiro plano, no meio da sala, as colunas suportam a abóbada.

Ao fundo, junto à parede, são as mísulas que aguentam esse peso.







A disposição destes elementos tem um significado simbólico: as mísulas simbolizam as doze tribos de Israel, enquanto os capitéis representam as quatro matriarcas de Israel: Sara, Rebeca, Lea Raquel



O capitel é a parte superior da coluna, a base onde se apoia a abóbada.



Aos cantos da sinagoga, embutidas nas paredes, encontram-se oito bilhas de barro, usadas para melhorar o efeito acústico.




Só neste canto da sinagoga se pode ver a bilha embutida na parede. 




Bilha, século XV, encontrada na parede da sinagoga.


As escavações arqueológicas realizadas, 1985, descobriram o espaço destinado aos banhos rituais, o Mikveh.


  Aspecto do Mikveh.

Sala dos banhos rituais de purificação antes das orações.




Curiosidades

Na sinagoga de Tomar, as matriarcas de Israel: Sara, Rebeca, Lea e Raquel estão imortalizadas em quatro capitéis.
Os dois capitéis mais longe da entrada são iguais, pois representam Raquel e Leah que eram irmãs, filhas de Labão.




Os dois capitéis são iguais, representando as duas irmãs.



Mais perto da entrada estão dois pilares que simbolizam Sara, mulher de Abraão, e sua sobrinha Rebeca. Sara era estéril (não podia ter filhos), por isso o capitel que a simboliza está decorado apenas com erva, sem dar fruto.  


Capitel simbolizando Sara






Rebeca é representada no outro capitel, decorado com cápsulas vazias,
mas duas delas têm frutos. São Esaú e Jacob, os seus filhos.






Capitel representando Rebeca.




-Mesuza

   Colocada à entrada da porta. Todos os judeus antes de entrarem na sinagoga, batem com a mão na mesuza, beijam-na e em seguida fazem uma vénia. Só depois entram.








Junto do altar só podem estar dez homens, para se realizarem as cerimónias. Os outros deverão estar à sua volta.






 Arca da lei:

 local onde está guardado o Cefer Torah (Antigo Testamento). 









Menorah:

Candelabro de sete braços que representam os sete dias da semana.





        

Kipa:

Género de chapéu que todos os judeus usam quando estão na sinagoga e que representa o seu sinal de respeito para com Deus.






Shopar:

 instrumento de sopro para chamar os judeus para o culto e cerimónias.












Fontes:

www.wikipedia.org

www.ttt.ipt



Trabalho realizado por: 


Duarte Dias


Francisco Rodrigues 

Liliana Graça 


Miguel Martins


Vasco Santos

6ºC









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